O espaço público é
considerado e projectado, muitas vezes, como um espaço residual da arquitectura e do
urbanismo, reflexo da ausência da interdisciplinaridade e coordenação requeridas quando
da concepção do plano de urbanização.
De acordo com essa atitude o projecto do espaço público é abordado
de forma secundarizada: primeiro como projecto da via e das suas exigências de fluidez e
segurança, depois como projecto dos pavimentos, finalmente como projecto das zonas
verdes; e as redes do subsolo e os equipamentos de superfície são instalados, a maioria
das vezes, de acordo com as exigências dos operadores dos serviços urbanos.
Assim o projecto do espaço público é muitas vezes considerado, ou um
projecto de "preenchimento", que se vai desfigurando com múltiplas
intervenções adicionais - equipamento, mobiliário, sinalização, redes do sub-solo -
ou um projecto de "fecho", condicionado às ocupações nele préviamente
estabelecidas.
Contudo, seja qual for a atitude e a metodologia adoptada, o espaço
público é o corpo da cidade, o que acolhe e acompanha quem a percorre e que nunca nos é
indiferente.
No espaço público se sedimenta a cultura de fazer e viver a cidade.
Assim, na concepção da urbanização da Zona de Intervenção da
PARQUE EXPO 98 o espaço público foi abordado como elemento estruturante da cidade e
caracterizador da cultura que o projectou. Daí que na sua concepção tenha sido adoptado
como invariante do Plano de Urbanização, individualizado e valorizado nas suas
singularidades quanto à sua diversidade e localização na estrutura urbana, e tenha
acompanhado todo o desenvolvimento da urbanização até à sua construção.
Alguns aspectos de maior pormenor devem ainda ser evidenciados: